SAUDADE DO PRIMEIRO ANO DE FACULDADE
A missao era a seguinte: A partir do lixo, desenvolver objetos de uso para a arquitetura que viesse totalmente do lixo. Navegando em busca de ideias que fizessem surgir novas ideias e assim, desenvolver a propriedade intelectual de uma comunidade recem inserida no curso de arquitetura. Achei o blog da sra. Usha Velasco do Atelier do Lixo, que me ajudou bastante no desenvolvimento da idéia e material "totalmente" vindo do lixo e, restos de tintas (não deu pra escolher umas cores mais harmoniosas) e surgiu a poltrona de pneus, com encosto de resto de compensado de obra, pintados da mesma cor da cadeira (tinta reaproveitada), aparafusadas internamente com parafusos tirados do telhado de uma demolição (estavam enferrujados - mas foram tratados) e barbante azul turquesa que eu tinha sobrando em casa de um trabalho artesanal, as formas geométricas no encosto, nos lembra Athos Bulcão (adoro o trabalho desse mestre) são brinquedos que encontrei no lixo da minha vizinha. Ela achou estranhissimo eu fuçar seu lixo. Ainda bem que ela me acha estranha e não questionou...hahahaa... E o mais legal, teve um Arquiteto renomado em Manaus que sentou, levantou, sentou de novo, coçou a cabeça, saiu do stand, voltou novamente, sempre observando e, saiu....no dia seguinte (a amostra durou três dias) voltou com um repórter e quis saber quem tinha confeccionado elogiou pois, os materiais aplicados correspondiam com o tema da Amostra de Arquitetura: TECNOLOGIA RECICLÁVEL. Feliz, porque recebi o reconhecimento de duas pessoas muito importantes para mim: O marido e um amigo que também é estudante de Arquitetura. Ebaaa!!!!
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Trabalhei com três objetos, sempre pensando na volumetria, forma e com lealdade no tema proposto pela Instituição, que hoje já não faço parte pois, mudei de cidade e faculdade. Enfim, essa luminária ficou uma delicia visual. Encantou a todos. Material de fundo do frasco de amaciante de roupa, resto de filtro de papel lavado e moldado em flor, colado com cola quente. Comprei por R$ 7,50 fio e soquete (acho que foi o único elemento "não reciclado" das obras. Fiquei com medo de pegar fogo se usasse um fio com soquete que tinha em casa , ja usado e meio que...Vai ser problema. Enfim....como falei, ficou com um ar retro não?
Ah, observe a direita da foto. Esse elemento de trabalho e boas gargalhadas. Eu tinha ido deixar minha filha na escola e, na curva, observei que tinham jogado essa "PORTA DE GELADEIRA" bem na calçada...ops...retire a frase, Manaus quase não existe calçada (na zona de periferia - eu disse quase...Manaus é linda!) Eu coloquei no porta malas do carro, minha sobrinha estava comigo morrendo de vergonha...hahahhaha...Depois,numa ladeira a tampa empurrou a porta mais internamente no carro e, tive que amarrar no teto...percorrendo mais um pouco a distancia, a mesma caiu do teto na lama...Nessa altura minha sobrinha implorava pra eu deixar aquela porta...Foi bem divertido. Cheguei em casa, lavei, sequei, e a ideia era fazer uma estante ou biombo, decorar com papelão. Mas tínhamos, eu e meu grupo, uma semana para que a acontecesse nossa Amostra e, acabamos fazendo um acabamento rompendo as reais intenções. Ficou divertido, não chamou a atenção pois, com a falta de tempo para montar o stand, poucas pessoas comprometidas e varias envolvidas (essas duas palavras tem efeitos bem distintos) infelizmente. Acabou sendo colado pedaços rasgados de revistas. Mesmo assim, não deixo de dizer que Aristóteles tinha toda razão ao afirmar que: Na natureza nada se perde, tudo se transforma, sendo a Arquitetura, uma forma de natureza, mesmo que aplicada pelo homem, na sua imensidão de pensamentos e campos morficos.
ahhh, saudade.
