A CIDADE ENCONTRA A HISTÓRIA

Ontem a aula de ECOLOGIA URBANA foi instruída também da historia do Homem e Sociedade. Não sei se o professor percebeu, mas ele deu uma P... de uma aula, iniciando em HAUSSMANN e finalizando no termo GENTRIFICAÇAO - PÓS MODERNA - David Raven. E vou descrever sobre essa aula que é de grande valia para o entendimento do surgimento das cidades com seus modelos de urbanizaçao.
Em 1860 - Paris fora "modernizada" pelo "préfet" Haussmann e que, sob o governo de Napoleão III, na década de 1860, arrasou a Paris medieval e criou um código de obras que influenciou o urbanismo europeu. Seus princípios combinavam a abertura de grandes avenidas, permitindo que cidade respirasse (e as comuns insurreições armadas fossem rápida e violentamente contidas- militares), com um rígido controle da altura das edificações, que deveria ser proporcional à largura das ruas e novas avenidas. Na pratica Haussmann, sobrepõe ao corpo da antiga cidade uma nova malha de ruas largas e retilineas, formando um sistema coerente de comunicação entre os principais centros da vida urbana e as estações rodoviárias, garantindo eficiência no transito por meio de cruzamentos e anéis. Nesse traçado urbano, Haussmann evitou destruir os monumentos históricos (o que no Brasil Ocidente de Haussmann- foi o inverso), mas fez com que ficassem isolados, adotando-os como ponto de fuga para novas perspectivas viárias. Enfim, já no final do século XIX, a concepção do traçado urbano aplicado por Haussmann na reforma de Paris já estava difundida por quase todo o mundo ocidental e adotado como modelo eficiente pela maioria das grandes cidades. No Brasil não foi diferente, principalmente o que diz respeito a abertura de grandes avenidas e a constante preocupação com o embelezamento das fachadas dos novos prédios. Ao se transplantar a forma da cidade, pretendia-se expressar o pensamento e açoes que regiam a nova sociedade. O famoso "bota-abaixo" promovido no Rio de Janeiro, demolindo os cortiços e pardieiro que mantinham foco e a desordem da saúde publica com as epidemias, alem de atingir profundamente os alicerces culturais do povo. A modificação tão propalada, saneada, promoveu uma tremenda abertura para a importação em larga escala de uma cultura estrangeira. Entendo que esta importação sempre ocorreu com a agricultura cafeeira nos tempos do Reinado na segunda metade do século XIX, a diferença estava nas dimensões que ate então se realizava. Em poucos dias o universo se transformava em poeira e isso provocava o desaparecimento de comunidades inteiras, enquanto os indivíduos perdiam sua identidade cultural.
Na minha concepção academica, penso que esse discurso do progresso de Haussmann, estava somente a preocupação com a ordem, "excluía a muitos da cidadania plena, e que herarquizava a sociedade como um todo. Esquecendo por completo, a natureza e seus cursos naturais diante do império da urbanização industrial. Surgindo assim, essa mentalidade capitalista que a engessou, ficando explicita a raiz dos problemas urbanos que vêm se agravando, sem solução, ao longo dos séculos. Compreendendo assim que a imagem da cidade não é uma expressão isolada, mas uma das evidentes representações da sociedade estrangeira instalada. Não existe fachada nem cenário sozinho. Estamos diante das intervenções europeias e politicas de outros continentes.
Analisar essa reforma, entender historicamente seu traçado urbanístico e distribuição de seus habitantes, seus costumes, é uma das maneiras de COMPREENDER para quem era o progresso.

Abaixo, nota-se um breve traçado urbano no surgimento da cidade de Porto Velho, como todas cidades nortistas, beirando à margem do rio madeira e crescendo de costa para sua origem que, nota-se em todos as imagens da cidade, o total abandono de sua tríplice cultura. Mas este comentário, deixo para um pensamento academico num próximo post.