ARQUITETURA E A CHUVA DIRIGIDA

Na arquitetura devem ser considerados dois pontos:  aquilo que é significado e aquilo que significa. Vitruvio é um nome de conhecimento obrigatório para estudantes de arquitetura, autor do primeiro tratado no assunto, intitulado  Os dez mandamentos da arquitetura, inscrito no inicio do Império Romano, na época de Augusto. 

Em arquitetura não se pode predicar apenas uma coisa, simplesmente dizer que arquitetura é isso, mas, arquitetura é isto, mais isso, mais aquilo. São explicitas as suas divisões: significado e significância, solidez, utilidade e beleza. Nas palavras do mestre: “quando a aparência da obra é agradável e de bom gosto, e seus elementos são proporcionados de acordo com os princípios da simetria

E quando falo que ninguém mora em fachada, é que não acredito que sua criação exceda o valor interno da edificação. Comento sobre o fato pois, pesquisando sobre o tema “CHUVA DIRIGIDA” , que ate então não tinha ouvido falar  faculdade. Por curiosidade, pesquisei e vou dividir com quem se interessar em saber. Acho de grande valia para um profissional que inclui detalhes construtivos e, pragmatismo na sua criação.

Então, chuva dirigida é a quantidade de chuva que incide nas fachadas e é, influenciada por diversos parâmetros, como a geometria do edifício, a topografia, a posição das fachadas, a velocidade e a direção do vento, a intensidade da precipitação, o tamanho das gotas e a duração do evento de chuva (BLOCKEN; HENS; CARMELIET, 2002). Esse grande número de parâmetros e suas variações fazem com que a quantificação da chuva dirigida seja um problema complexo. 
                        FUNDAÇAO IBERÊ CAMARGO

O ângulo com o qual a chuva atinge uma parede vertical depende da combinação da velocidade do vento com o tamanho das gotas de chuva. Já a entrada de umidade na edificação depende da capacidade da fachada de absorver umidade, de falhas em juntas de elementos de mesmo material e de falhas de juntas de materiais diferentes, além do grau de exposição ao qual o edifício está submetido (MARSH, 1977).

A complexidade do fenômeno e suas manifestações patológicas- proporcionada pela umidade em excesso – aumentam a dificuldade com a reparação e manutenção do edifício. Alem de colocar risco a saúde pela formação de microorganismos.

Estudei em Conforto Ambiental e Ecologia Urbana, disciplinas essenciais na formação de arquitetos, conceitos dos aspectos climáticos e bioclimáticos que devem sempre estar associados aos projetos construtivos. Assim como, a geometria e os arranjos das partes envolvidas nas fachadas.

-Ah, mas tem revestimento de paredes para aplicar antes da pintura! Disse um colega meu.
Porem, a presença de poluentes presentes na atmosfera, atua sobre as formas geométricas e detalhes construtivos da edificação, alterando as características estéticas e funcionais das fachadas.

Quando as soluções de projetos inadequados criam regiões permanentemente “úmidas” que geram risco de degradação nas fachadas por meio da deposição de poeira vegetal ou animal (alga, fungos, liquens e musgos – já vi raízes que se tornaram arvores), que se nutrem através da matéria orgânica presente nas construções e na atmosfera. O surgimento de microorganismo, aqueles que todo mundo já viu que se forma através das tonalidades pretas, marrom, verde, que chamamos de “BOLOR”. De grande relevância nas doenças respiratórias. 
TEATRO MUNICIPAL DE ITAJAÍ
Para alcançar um bom projeto arquitetônico, devem-se colocar prioridade na consulta dos sistemas naturais bioclimáticos, como dica, antes mesmo do anteprojeto. De certa forma, pelas especificidades do clima de cada região, e das características físicas de cada edificação, acredita-se que as fachadas de um mesmo edifício tendem a reagir de maneira diferenciada, apresentando níveis distintos de deterioração. Para finalizar, estudar o clima e informações na pratica, com o objetivo de descobrir, explorar os fenômenos atmosféricos, utilizando os dados na pratica da arquitetura, na biologia, na agricultura e ate mesmo na indústria. Vou continuar pesquisando sobre o assunto e, pretendo voltar com assuntos novos e contextos mais elaborados. Ate mais.

FONTES: Carlos Mariano melo Junior, apresentação de Dissertação na Pós Graduação de 2010- Artigo disponível para donwlond aqui: http://bdtd.ufg.br/tedesimplificado/tde_arquivos/27/TDE-2010-08-18T155952Z-975/Publico/Carlos%20Mariano%20Melo%20Junior%20part%201.pdf
FOTO: Google, Iberê Camargo – pesquisa: prédios sujos