ARQUITETURA DE INTERIOR (lê-se, cidades interioranas) CAÇADOR - SC
O presente deve respeito absoluto
a tudo o que nos antecedeu e a tudo o que nos sucederá. E penso que a cidade
reflete esse jogo temporal: usamo-la como se nada mais importasse; ou tornamos
fragmentos da cidade intocáveis em respeito ao que um dia ela foi, mesmo que
ninguém mais os use hoje; ou propomos grandes reformas urbanas em benefício de
gerações futuras, mesmo que nos causem restrições hoje. Apesar de toda a
aparente complexidade de se pensar a cidade do futuro, uma coisa é certa: o
futuro que imaginamos está carregado demais de nosso presente para que de fato
se realize. O nosso futuro nunca chegará, portanto. E as grandes transformações são
imprevisíveis. Verdade que há uma regra básica para se pensar o futuro: quanto
mais distante, mais fácil. Em 1988 já se imaginava um futuro interconectado com
computadores no século 21, mas não que um muro dividindo Berlim (e o mundo) em
dois campos geopolíticos fosse ser derrubado apenas um ano depois. E o que tem
nossa cidade a ver com isto? É que a cidade do futuro está aqui hoje,
germinando em suas contradições. Claro, não dá para responder qual é a cidade
do futuro; mas dá para afirmar sem errar que não há futuro sem cidade. Caçador
é pitoresco no fim da tarde e, sua arquitetura vem mostrar que o tempo e a
distancia dos grandes centros urbanos não atingiu o sublime desenvolvimento
arquitetônico. Verdadeiras arquiteturas de mar, montanha e acredite, traços Le
Corbursier em pleno centro da cidade. É lindo! É majestoso ver o progresso num
ingresso interior. A cidade de Caçador-SC abriga contradições, questionamentos e insatisfações. A cidade é inconformada;
e, em primeiro lugar, inconformada consigo mesma. E é o inconformismo que gera
transformações; e sem transformações, não há futuro. A cidade e as pessoas que nela moram estão um passo a frente dos centros adensados...
Poética de: http://abrigodesign.blogspot.com.br/ uma releitura